Nos últimos tempos tenho sido questionada sobre o meu modo de ver a astrologia. Me lembro de um texto – não lembro o autor - que abordava o mesmo tipo de assunto. Todos sabem que estou astróloga e esse ofício que escolhi, ou me escolheu, trouxe para minha vida outra forma de enxergar a mim e o mundo. O que irei revelar aqui pode estar em concordância ou não, e vocês poderão levar em consideração as minhas dinâmicas e decidir.
Muitos pares costumam ter uma inclinação mais psicológica na leitura do mapa, mas, no meu caso, apesar de levar em consideração, não é a base do meu trabalho. Costumo ir um pouco mais além e, também, utilizar outras referências das características descritas pelo mapa de nascimento. Em outras palavras, não faço uso do mapa de nascimento buscando ‘melhores desculpas’ ou ‘desculpas possíveis’ para qualquer problema ou obstáculo que a pessoa poderá usar mais tarde, congelando as possibilidades de soluções.
O mapa de nascimento é um excelente instrumento para compreendermos as pessoas – por revelar seus pontos fortes, bem como suas fraquezas e limitações – e sinto que os terapeutas obteriam resultados mais rápidos se se baseassem nos mapas. Hoje muitos deles já usam a “ferramenta” astrológica. Por quê? Porque podemos nos sentir melhor, deixar de nos comportar de modo neurótico ou autodestrutivo e um tanto autossabotador. E o mapa pode ajudar nisso, indicando a utilização mais construtiva de nossas características básicas.
Outra dinâmica é a que não devemos culpar os astros de tudo o que nos acontece. Nossas vidas são controladas pelo que é externo a nós, mas modeladas por nossos próprios padrões de pensamento. Deste modo, os planetas apenas refletem o que está ocorrendo, como um espelho – um espelho não faz você ficar grisalha, não é? Assim, os planetas também não provocam coisas ruins para você. É você que faz com que as coisas ‘ruins’ lhe aconteçam, pela sua distração, pelo seu comportamento, talvez, por derrotismo, rebeldia ou negligência. Por que não ‘culpar’ a si mesmo pelos seus constantes atrasos e distorções? Deixe de responsabilizar os outros.
Da mesma forma, os planetas não são responsáveis pela ocorrência das coisas ‘boas’. Nós as provocamos por nossas atitudes sinceras e de "fé" na vida. No momento em que você tem conhecimento do seu mapa de nascimento, você saberá o que fazer nas diversas circunstâncias que a vida apresentará. Então, se isso é verdade, qual a finalidade da Astrologia? Pense um pouco, para um cirurgião qual é a finalidade de um exame radiológico, ou, para um arquiteto, para que servem as plantas de uma edificação?
O mapa de nascimento é uma espécie de bússola, de mapa rodoviário, de plano de voo, por exemplo, e lhe mostra o caminho… Ele não é culpado de você fazer uma curva equivocada ou resolver não seguir a melhor estrada, ou mudar a vela de direção. O mapa faz o levantamento do terreno e indica o caminho. Ele reflete e descreve qual poderá ser a situação se você seguir um certo modo de agir. Ou seja, se você opta por alterar o seu comportamento, a situação poderá modificar-se.
Lembrando que todos os mapas são descritivos. O mapa descreve você, mas não faz com que você seja como é, não limita você a uma expressão, seja negativa ou positiva, do seu potencial. Por isso que, numa outra forma de ver a Astrologia, é que eu prefiro não confiar no carma para explicar tudo o que nos acontece. Embora aceite que a reencarnação é um contrato assinado antes do retorno a este plano de existência, na prática, acho inútil especular sobre isso. Percebo, sim, que algumas experiências dolorosas nos ocorrem para nos ajudar a crescer, para nos transformar em pessoas mais fortes e para nos afastar do modo de agir a que nos acostumamos.
Nesta vida, uma certa quantidade de dor é de nossa própria responsabilidade, ninguém está mandando você bater a cabeça na parede, não é? E essas experiências não são carmas, mas neuroses – certos padrões comportamentais derrotistas que continuamos repetindo por muito tempo, mesmo que já tenhamos aprendido muito. O tal “Carma” é apenas um rótulo que usamos como fuga, normalmente para não examinarmos nossa participação na criação da própria experiência dolorosa. O que é uma senhora desculpa!
Assim, podemos verificar que muitas pessoas usam a Astrologia, ou mesmo diversas terapias, como desculpa e passam a vida a culpar os outros pelos próprios erros, ou desvios no caminho. Portanto, a culpa, ou o caos sua na vida, não é dos astros!
A pessoa evoluída, envolvente, aprenderá o mesmo; que, como adultos, temos a responsabilidade última por nós mesmos. Os acontecimentos externos e as nossas condições de vida são atraídas por nós mediante conflitos interiores, de nossas necessidades e atitudes, sejam conscientes ou inconscientes. Pensamentos e comportamentos equivocados, desequilibrados, são a raiz da maioria dos problemas pelos quais passamos. Então, comece examinando seus próprios pensamentos, suas ações, suas emoções, numa situação problemática ou limite, para saber como você contribui para elas ou como provoca os danos que elas causam em você; ou que tenham causado.
Acreditar que está sendo controlado por um mau aspecto, é uma visão estreita. Cada coisa difícil no mapa pode nos levar a uma forma de ver construtiva e positiva, e a ações que nos ajudarão a percorrer o caminho. Na maioria das vezes crescemos através do controle das circunstâncias adversas, dos conflitos interiores e dos tempos difíceis que passamos. Tendo isso em mente, observe com seu astrólogo as oportunidades para o seu crescimento. A verdadeira utilidade da leitura é obter uma melhor perspectiva de si mesmo, valorizar sua individualidade e o seu potencial e ainda, agir voltado para uma expressão mais positiva de si mesmo.
O mapa de nascimento é apenas, e tão somente, um painel de instrumentos onde podemos fazer leituras sobre o curso da sua vida. Contudo, não esqueça: VOCÊ É O PILOTO!!!
Monica Brunini©
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