Antes, vamos entender um pouco da mitologia grega que nos
conta a história destes dois gigantes. Assim, nos conta Hesíodo, no sec. VIII
a.C., que o mundo foi criado a partir do Caos que era um imenso espaço aberto e
ilimitado. Daí surgiu Gaia, a Terra, a primeira realidade sólida. Depois veio a
Noite, mas ainda assim havia um espaço vazio sobre Gaia. Para preenchê-lo, Gaia
criou um ser igual a ela, o Céu - Urano. Eles se uniram e tiveram muitos
filhos, os Titãs, que eram forças da natureza. Desta forma o Caos foi
organizado e assim tornou-se o COSMOS.
Os filhos de Urano e Gaia eram muito violentos e
tempestuosos, por este motivo Urano jogava-os no Tártaro, o mundo subterrâneo.
Mas Gaia fica cansada de ser fecundada e perder seus filhos. O mais jovem
destes filhos era Cronos – Saturno, que ficou revoltado com o Pai quando
descobriu que os irmãos foram jogados no Tártaro. Então, Gaia entrega a Cronos
uma foice afiada por ela. Cronos corta fora os testículos do pai Urano, este
não morre porque é imortal, mas o que morre é o seu reino.
Assim, Cronos ocupa o trono do pai. O simbolismo da foice é da
morte e de colheita, uma nova esperança sempre nasce da natureza. Cronos quer
dizer Tempo; o que devora a vida, o que provoca o desejo de evolução. Cronos –
Saturno, se casa com Rea – Cibele. Mas havia um oráculo que previu que Cronos
seria destronado por um filho. Então ele passa a devorar os próprios filhos
assim que nasciam.
Como sabemos, a evolução precisa seguir seu curso, mudanças
são imprescindíveis. Então, Rea resolve salvar seu filho caçula, Zeus –
Júpiter, que é criado por uma cabra, arimateia. Passado um tempo, Zeus, agora um
jovem adulto, decide salvar os irmãos. Ele derrota seu pai e o prende no
Tártaro, dividindo o mundo com seus irmãos. Assim, ele cria outro reino, o
Olimpo, uma geração mais evoluída.
São três gerações, a de Urano (Céu), a de Saturno (Cronos) e
a de Júpiter (Zeus), e elas mostram a evolução da humanidade. Talvez a última que
corresponda aos seres conscientes e
criadores. Vemos aqui que, Urano, a primeira geração, é o regente do signo
de Aquário, Saturno o co-regente e da segunda geração, e Júpiter, regente de
Sagitário e da terceira geração, que é mais evoluída. E amanhã, Saturno e
Júpiter, planeta que tem luz própria, estarão em conjunção perfeita no signo de
Aquário.
Em Astrologia nós temos os planetas pessoais, incluindo os
luminares (Sol, Lua, Mercúrio, Vênus e Marte), os planetas sociais (Júpiter e
Saturno) e os planetas geracionais (Urano, Netuno e Plutão). Aqui vamos falar
dos 2 planetas sociais que neste momento estarão juntos no signo de Aquário, sendo
que, Saturno é co-regente deste signo.
Os planetas sociais em alinhamento, representam o ser humano na sociedade, a sua expansão, a fortuna e suas regras e desafios. Júpiter e Saturno caracterizam o que chamamos de “o grande relógio” por serem conhecidos como marcadores do tempo, sempre associados a grandes mudanças na sociedade. Em duzentos anos é a primeira vez que estes dois planetas se encontram num signo do elemento Ar, portanto, mental. Com o foco no mental, a tendência é que se fique mais em sintonia com a mente e com o coletivo. Então, é interessante que se busque o autoconhecimento, num profundo mergulho na própria consciência e no compromisso com o outro, com o social.
Poderia ser dito que Júpiter aí seria uma sorte, será?
Plutão está próximo e os aspectos com Urano, Netuno e Marte, não me parecem que
facilitarão as coisas. Pode ser uma pequena janela, mas as influências difíceis
já vêm ocorrendo a algum tempo, e se falarmos de Plutão, há décadas.
Isso tudo é o que chamo de ponto da grande mutação que já venho observando desde o início do ano. E agora, Marte está provocativo de verdade.
Seria super legal fazer uma análise mais leve, mas o que percebo são momentos
críticos pela frente. Sinceramente, acho que antes do momento de evolução,
benevolências e conhecimento, é bem provável que haja um ‘sacolejo’ em todos nós.
Antes da humanidade despertar de verdade a consciência, pode acontecer um belo
de um susto.
Então, repassando, Saturno é um “pai” que ensina através da
contrição, da severidade, e, como vimos, até engole os filhos que não seguem sua
cartilha! Júpiter é considerado um planeta de boa sorte, mas também simboliza a
justiça! Plutão é aquele que causa impacto, sabe aquelas mudanças que você não
pediu? As escolhas que você foi levado a fazer, mas não queria? Então, ele é o
planeta da morte e renascimento, fatos avassaladores e inesperados.
Não, não estou sendo pessimista, mas alertando que nem tudo serão
flores e que precisamos estar cientes de que a vida não será tão fácil. Poderá
ser um marco de transformações mesmo. Poderão ter janelas de alívio, mas no
geral, enquanto estes Titãs estão passando, estejamos de olhos bem abertos, pessoal e coletivamente!
Estudar a história (de 1600 pra cá), ajudará a perceber o tom do que esse
alinhamento junto com os outros aspectos estará sinalizando.
Monica Brunini
Texto escrito em 15/nov. e atualizado em 19/dez./2020
Perfeito! Obrigado por compartilhar e que estejamos de 👀 bem abertos! Beijos
ResponderExcluirObrigada. Na sequência virão outros textos sobre 2021. bj
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